Paulo Galvão Júnior (1)
A gestão da produção agrícola requer novas tecnologias para uma agricultura sustentável e de alta performance, e a agricultura de precisão (AP) oferece precisão e dados para o agricultor brasileiro nas cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). E a AP tem se expandido em todo o país, impulsionada pela necessidade de aumentar a eficiência na produção agrícola e reduzir custos.
Segundo a Associação Brasileira de Agricultura de Precisão e Digital (AsBraAP), “A agricultura de precisão é uma estratégia de gestão que reúne, processa e analisa dados temporais, individuais e espaciais e os combina com outras informações para apoiar as decisões de gerenciamento de acordo com a variabilidade estimada para melhorar a eficiência no uso de recursos, produtividade, qualidade, rentabilidade e sustentabilidade da produção agropecuária”.
A Nova Indústria Brasil (NIB) é a nova política industrial, que estabelece seis missões para o período de 2024 a 2033 no processo de neoindustrialização da economia brasileira. As cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais é a missão 1, com uma meta estipulada de passar dos atuais 18% para 70% dos estabelecimentos de agricultura familiar mecanizados.
Além disso, 95% dessas máquinas devem ser produzidas nacionalmente. Entre as prioridades relacionadas à missão 1 estão, entre outras, a fabricação de equipamentos para agricultura de precisão (AP), máquinas agrícolas para a grande produção, ampliar e otimizar a capacidade produtiva da agricultura familiar para a produção de alimentos saudáveis.
É preciso destacar que a principal meta é de aumentar para 50% a participação da agroindústria no Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário. Logo, requer mais empresas ligadas a AP nas cinco regiões do Brasil para que o agricultor seja capaz de otimizar a produção agrícola em todas as suas etapas. E a AP fornece tecnologias que proporcionará o aumento da produtividade e da rentabilidade.
Na Região Norte, a AP é utilizada em atividades como o manejo florestal sustentável, monitoramento de áreas de reflorestamento e agropecuária de baixo impacto ambiental. Tecnologias como imagens de satélite, sensoriamento remoto e drones são empregadas para monitorar a saúde das florestas e planejar atividades agrícolas de forma mais sustentável.
Na Região Nordeste, sobretudo no semiárido nordestino, a AP é fundamental para otimizar o uso da água em regiões sujeitas à escassez hídrica. Técnicas como a irrigação de precisão e o monitoramento do teor de umidade do solo ajudam os agricultores a maximizar a eficiência hídrica e a produção agrícola em condições adversas.
Na Região Centro-Oeste, o coração agrícola do Brasil, a AP é amplamente utilizada em culturas como soja, milho e algodão. Tecnologias como sistemas de posicionamento global (GPS), sensores de solo e máquinas agrícolas autônomas são empregadas para otimizar o manejo de grandes áreas cultivadas, reduzindo custos e aumentando a produtividade.
Na Região Sudeste, nos quatro estados onde se concentra grande parte da produção agrícola brasileira, a AP é aplicada em culturas como café, cana-de-açúcar, citros e hortaliças. Técnicas como o mapeamento da variabilidade do solo, a aplicação de fertilizantes de acordo com a necessidade das plantas e o monitoramento da saúde das culturas são utilizadas para maximizar o rendimento e a qualidade dos produtos agrícolas.
E na Região Sul, onde predominam culturas como soja, trigo, milho e uva, a AP é essencial para lidar com as variações climáticas e de solo da região. Tecnologias como estações meteorológicas automáticas, drones agrícolas e softwares de análise de dados temporais, individuais e espaciais são empregadas para monitorar as condições ambientais e otimizar o manejo das lavouras, garantindo a sustentabilidade e a rentabilidade das atividades agrícolas.
A AP está presente nas cinco regiões do Brasil, adaptando-se às características e demandas específicas de cada uma delas para proporcionar uma gestão mais eficiente e sustentável da produção agrícola. Em todas essas regiões, a AP desempenha um papel fundamental na promoção de uma gestão mais eficiente, sustentável e lucrativa da produção agrícola, contribuindo para o crescimento econômico do país.
A AP gera economia e apresenta impactos econômicos pela aplicação das ferramentas como sensoriamento proximal ou remoto, fusão de dados de sensores e estratégias de amostragem. E os principais impactos econômicos são redução de custos, aumento da produtividade, otimização do uso de recursos naturais, aumento da rentabilidade, e capacitação tecnológica.
A AP é uma abordagem que utiliza tecnologia para otimizar o manejo agrícola, aumentando a produção e a produtividade. Ela se baseia na coleta e análise de dados precisos sobre diversos aspectos do cultivo, como condições do solo, clima, e saúde das plantas.
No contexto brasileiro, a AP tem sido cada vez mais adotada pelos agricultores nas cinco regiões do país. Isso se deve em parte ao vasto território brasileiro, que possui uma grande diversidade de climas, solos e culturas agrícolas. E a gestão da produção agrícola requer uma abordagem adaptativa, e a AP oferece ferramentas e técnicas para atender a essa demanda.
Os principais benefícios da AP para os agricultores brasileiros incluem a otimização do uso de insumos, o monitoramento da saúde das plantas, o mapeamento de produtividade, e a redução do impacto ambiental.
A otimização do uso de insumos com a coleta de dados detalhados sobre o solo e as condições climáticas, os agricultores podem aplicar fertilizantes, água e defensivos agrícolas de forma mais precisa, reduzindo desperdícios e custos.
Através de drones agrícolas, sensores e imagens de satélite, os agricultores podem identificar rapidamente problemas como pragas, doenças ou estresse hídrico, permitindo intervenções pontuais e eficazes no monitoramento da saúde das plantas.
A AP permite aos agricultores mapear a variabilidade da produtividade em suas áreas de cultivo, identificando áreas de alto e baixo rendimento. Isso possibilita a implementação de práticas de manejo diferenciadas para maximizar o rendimento por hectare.
Ao reduzir o uso desnecessário de insumos e otimizar o manejo das áreas cultivadas, a AP contribui para a sustentabilidade ambiental, minimizando a poluição e a degradação dos recursos naturais. Esses benefícios são fundamentais para aumentar a eficiência e a rentabilidade das atividades agrícolas, ao mesmo tempo promovem a sustentabilidade.
Finalizando, a AP oferece uma abordagem moderna e eficiente para a gestão da produção agrícola no continental Brasil, permitindo que os agricultores tomem decisões mais informadas e estratégicas para maximizar a produtividade e a rentabilidade de suas atividades econômicas.
(1) Economista paraibano, Professor de Economia dos Cursos de Ciências Contábeis e de Gestão Financeira no UNIESP, Conselheiro Efetivo do CORECON-PB, WhatsApp: (83) 98122-7221, E-mail: paulogalvaojr@gmail.com
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