Katherine Buso (*)
A economia alemã enfrenta interrupções nas exportações de carne após surto de febre aftosa
Em 13 de janeiro de 2025, foi confirmado o primeiro caso de febre aftosa na Alemanha em quase 40 anos, afetando um rebanho de búfalos-d'água nos arredores de Berlim.
Este surto representa um desafio significativo para as exportações de carne e laticínios do país, que agora enfrentam severas restrições fora da União Europeia.
A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa que causa febre e lesões na boca em ruminantes de casco fendido, como bovinos, suínos, ovinos e caprinos. Embora não represente perigo para os seres humanos, os surtos anteriores exigiram campanhas significativas de abate para contenção. As autoridades alemãs já implementaram medidas rigorosas para evitar a disseminação da doença.
A perda do status da Alemanha como país livre de febre aftosa, de acordo com os requisitos da Organização Mundial de Saúde Animal, significa que muitos certificados veterinários necessários para exportações fora da UE não podem mais ser emitidos. Como resultado, as exportações de carne, laticínios, peles, couros e produtos derivados de sangue tornaram-se praticamente impossíveis, conforme relatado pelo Ministério Federal da Agricultura da Alemanha.
Ministro da Agricultura, Cem Oezdemir, afirmou que o principal objetivo imediato é garantir que a doença não se espalhe. Enquanto isso, dentro da União Europeia, as exportações alemãs continuam permitidas, com restrições aplicadas apenas à região diretamente afetada.
Outros países, incluindo a Coreia do Sul, já impuseram restrições à importação de carne alemã. As autoridades em Berlim e Brandemburgo anunciaram uma pausa de seis dias no transporte de animais suscetíveis à doença enquanto investigam a causa do surto.
Joachim Rukwied, presidente da Associação dos Agricultores Alemães, apelou para a adoção de ações urgentes e intensivas a fim de evitar que a doença se espalhe e cause prejuízos financeiros ainda mais graves aos produtores rurais. A febre aftosa ocorre regularmente em regiões do Oriente Médio, África, alguns países asiáticos e na América do Sul, destacando a importância de medidas preventivas globais.
Este caso destaca os desafios enfrentados por indústrias de alimentos e agricultura diante de doenças infecciosas, reforçando a necessidade de vigilância constante e colaboração internacional.
(*) Especialista em Economia e Assuntos Internacionais, Graduada com mérito acadêmico pela Faculdade de Economia da Universidade Armando Álvares Penteado (FAAP-SP) em 2014. Pós-graduada em Estatística pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-Chile). Consultora Editorial na Ciência Capital. Colunista Internacional na Rádio Alta Potência. Colunista Internacional na Rádio Agro Hoje. CEO de Business Intelligence na BlueBI Solution em São Paulo.
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